Quem paga o preço dos algoritmos?

Isabela Soller, CEO da Soller, e outros profissionais comentam os impactos dos algoritmos sobre os criadores de conteúdo e a entrega em si

Thaís Monteiro

Isabella Soller, CEO da Soller (Divulgação: Soller)

Isabela Soller, CEO da Soller, considera que o influenciador tem uma dependência 50/50 quando se trata dos algoritmos: ele depende 50% do algoritmo, os outros 50% são estratégias para gera mais entrega e alcance. Porém, como muitos dos acordos comerciais com marcas dependem de prospecção de números e justificativas de entrega, a executiva conta que as agências de marketing de influência devem estar com um olhar estratégico o tempo todo, conhecendo a audiência do seguidor profundamente, se atualizando sobre novidades das plataformas e fazendo ponte entre marca, agência e criador. “A agência fica no backstage, fazendo o papel de apoiador, pesquisa, auxílio e conforto, além de ser porta- voz dos clientes, conseguindo driblar os efeitos negativos em massa para seu trabalho se, por exemplo, um cliente que não quer mais contratar porque em determinada situação os views foram 60% menores que a média”, descreve. Ela recomenda que criadores criem vínculos e intimidade com seus seguidores, dessa forma a audiência irá procurar o influencer, mesmo quando um conteúdo não é entregue, apostar em novidades das plataformas pois elas dão maior atenção a novos formatos quando eles são lançados, criar laços com perfis de alto alcance, e se atualizar sobre tendências de conteúdo.

Já Julian, da Wizz Group, acredita que as alterações impactam principalmente criadores que não produzem conteúdo interessante de forma consistente para a sua audiência, já que esse material terá menos interações e, consequentemente, menos alcance. “Por isso, aqueles que focam na qualidade, originalidade e criatividade, tendem a se tornar um canal mais atraente para anunciantes e passam a ter mais oportunidades comerciais. Sempre aconselhamos o influenciador a focar na sua produção, não no algoritmo. Mas, é claro que é importante entender algumas boas práticas sobre os algoritmos já que isso colabora para um aumento no engajamento e alcance de seguidores. Contudo, perseguir números dificilmente se traduz em sucesso nas redes sociais. É preciso estar atento ao que a sua audiência tem mais interesse e ao mesmo tempo buscar inovação editorial. Outro ponto importante é ser multicanal (presença em mais de uma plataforma), mas sempre pensando em formatos personalizados para cada rede, observando a sua audiência em cada um desses ambientes, já que cada uma delas tem suas particularidades e formato de consumo diferentes”, elenca.

Para Spartakus, os números já simbolizaram insegurança financeira, mas hoje ele aposta no branding e construção de sua própria marca para que parceiros comerciais o busquem por seus valores, a relação de confiança que ele estabeleceu com seus seguidores o que ele representa.

*Crédito da imagem no topo: Alex Gontar/Shutterstock

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